Nas décadas de 60 e 70, os Estados Unidos derrubavam
governos democraticamente eleitos alegando razões geopolíticas: era preciso
deter o avanço soviético; hoje, o modelo é mais sofisticado; envolve protestos
de ruas, campanhas nas mídias sociais e atentados contra civis, para que os
governos sejam responsabilizados pelas mortes de seus próprios cidadãos; foi o
que aconteceu na Ucrânia, onde atiradores ligados às forças que hoje estão no
poder alvejaram civis; na Venezuela, roteiro é o mesmo e vice-presidente
americano Joe Biden deu a senha para o golpe; melhor ficar em estado de alerta.
Às vésperas dos 50 anos do golpe militar de 1964,
quando o Brasil deverá celebrar sua democracia, um fantasma ronda a América
Latina, a Europa do Leste e o Oriente Médio: a volta dos golpes de Estado
patrocinados pelos Estados Unidos. Só que, desta vez, com uma roupagem
diferente. Regimes são derrubados, supostamente, em defesa da democracia. É o
que já se fez na Ucrânia e o que também se pretende fazer na Venezuela.
No passado, as intervenções americanas em outros
países assumiam diversas formas. No Irã, em 1954, o regime de Mossadegh foi
derrubado depois que o presidente eleito nacionalizou a produção de petróleo.
No Brasil, dez anos depois, foi a vez de João Goulart ser apeado do poder com
apoio da CIA. Na década de 70, também em razão do perigo comunista, o alvo foi
Salvador Allende.
Agora, os Estados Unidos estão novamente assanhados,
como demonstrou o vice-presidente americano Joe Biden, em entrevista ao jornal
El Mercurio, que apoio a queda de Allende. "Enfrentar manifestantes
pacíficos com a força e em alguns casos com milícias armadas, limitando a
liberdade de imprensa e de assembleia não está à altura dos sólidos padrões de
democracia que temos na maior parte de nosso hemisfério", disse ele neste
fim de semana, referindo-se à Venezuela. Em resposta, o chanceler Elias Jahua
afirmou que os americanos são os maiores promotores da violência em escala
global.
Na Venezuela, a receita de bolo do golpe é
semelhante à que foi aplicada na Ucrânia. Ela envolve protestos de rua,
campanhas nas mídias sociais e atentados contra civis, para que os governos
sejam responsabilizados pelas mortes de seus próprios cidadãos. Foi assim, após
a morte de civis, que o presidente eleito Vitor Yanuovich foi apeado do poder
em Kiev.
No entanto, investigações independentes demonstraram
que os atiradores de Kiev, na verdade, não eram ligados ao governo – mas sim às
forças que hoje estão no poder. Da mesma forma, na Venezuela, o opositor
Leopoldo Lopez se entregou depois de ter recebido informações do serviço
secreto venezuelano de que seria assassinado para que a culpa fosse atribuída
ao presidente Nicolas Maduro.
Fonte : http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/132600/A-nova-receita-dos-golpes-de-Estado-made-in-USA.htm
Nota: Não se enganem, no Brasil, irão existir protestos tanto influenciados pela direita sanguinária, como pelos EUA, seu patrão, desde sempre. A marcha do dia 22 de março poderá ser um exemplo.
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